Ativo circulante e não circulante: entenda a diferença!

Por | Contabilidade, Geral, Secretariado

Entender o balanço patrimonial de uma empresa é essencial para que o investidor consiga tomar decisões mais acertadas na hora de investir ou não. Junto à isso, também vem alguns termos empresariais que são difíceis de conseguir compreender, como é o caso do ativo circulante e não circulante, que aparecem quando nos referimos ao balanço patrimonial de uma empresa.

Veja também o que é Balancete Contábil!

De uma forma resumida, o balanço patrimonial é um documento que apresenta todos os ativos, patrimônio líquido e passivos de uma empresa. Portanto, com esse documento é possível realizar diversos tipos de análises e entender como está a saúde financeira do negócio.

A seguir, entenda o que são os ativos. Confira:

O que é ativo?

Ativo circulante e não circulante: entenda a diferença! - Foto: AB MAS
Ativo circulante e não circulante: entenda a diferença! – Foto: AB MAS

Uma vez que o balanço patrimonial é composto por ativos e passivos, é fundamental que o investidor saiba tudo sobre os conceitos. 

Com relação ao passivo, basta dizer que se trata das obrigações da empresa, ou seja, tudo o que será pago, seja um empréstimo realizado pela empresa, contas a serem pagas, impostos, financiamentos ou valores devidos aos fornecedores. 

Já a outra parte, os ativos, diz respeito a tudo o que é de direito da empresa, ou seja todos os bens, recursos e dinheiro que a empresa tem ou que receberá futuramente. 

O que é ativo circulante?

Ativo circulante e não circulante: entenda a diferença! - Foto: CR MAS
Ativo circulante e não circulante: entenda a diferença! – Foto: CR MAS

É um bem que pode ser convertido em dinheiro em um curto espaço de tempo, mas dentro do ano fiscal da empresa (no máximo 12 meses). E ele recebe este nome justamente por ter maior liquidez – ou seja, pode se transformar em dinheiro em pouco tempo.

Ele é importante para uma empresa porque ele dá o suporte financeiro para o negócio girar e pagar as despesas frequentes, como salário dos funcionários e impostos, por exemplo.

Principais exemplos:

  • Estoque;
  • Matérias-primas;
  • Aplicações financeiras de curto prazo;
  • Mercadorias;
  • Dinheiro em caixa;
  • Contas a receber no curto prazo.

E o que é o ativo não circulante?

Ativo circulante e não circulante: entenda a diferença! - Foto: CF MAS
Ativo circulante e não circulante: entenda a diferença! – Foto: CF MAS

Se o primeiro é o que pode ser convertido em dinheiro a curto prazo, então o ativo não circulante é o contrário: são todos os bens e direitos que só podem ser transformados em dinheiro no médio ou longo prazo.

Principais exemplos:

  • Investimentos de longo prazo;
  • Propriedade intelectual;
  • Imóveis.

Qual a diferença entre ativos circulantes e não circulantes?

Ativo circulante e não circulante: entenda a diferença! - Foto: IS MAS
Ativo circulante e não circulante: entenda a diferença! – Foto: IS MAS

Enquanto os ativos circulantes correspondem aos recursos aptos à transformação em dinheiro dentro de um curto prazo, os ativos não circulantes equivalem às finanças com acesso permitido somente a longo prazo. 

Dessa forma, classificam-se como ativos não circulantes, todos aqueles investimentos que geram o retorno previsto para um prazo superior a 12 meses, além do que, os bens duradouros de uma empresa, utilizados para gerar receitas como máquinas e ferramentas, também são vistos como ativos não circulantes. 

Neste mesmo sentido, a receita gerada perante os ativos circulantes se destina ao pagamento da mesma categoria, ou seja, os ativos não circulantes suprem os pagamentos referentes ao passivo não circulante.

Qual a composição dos ativos circulantes?

Ativo circulante e não circulante: entenda a diferença! - Foto: BB MAS
Ativo circulante e não circulante: entenda a diferença! – Foto: BB MAS

É importante saber que os ativos circulantes são distribuídos entre algumas subcategorias, visando detalhar as fontes de recursos e compreender a fundo a origem das finanças da empresa. 

Lembrando que no caso de empresas menores, talvez não seja necessário detalhar cada característica dos ativos. 

No entanto, essas categorias são fundamentais se tratando de empreendimentos de grande porte, especialmente para assegurar as finanças da empresa, bem como o pagamento das obrigações financeiras dentro do prazo. 

Veja a seguir as três subcategorias dos ativos circulantes, e entenda como elas conseguem organizar as contas a serem recebidas. 

Ativo circulante operacional

Como o próprio nome indica, este modelo de ativo circulante corresponde às etapas operacionais do negócio, em outras palavras, não extremamente importantes para a manutenção da empresa. 

Sendo assim, os ativos operacionais podem ser circulantes, ou seja, permitindo o recebimento a curto prazo.

Enquanto isso, também existem ativos operacionais não circulantes, os quais podem ser convertidos em dinheiro somente a longo prazo.

Ativo circulante líquido 

Popularmente conhecido como ativo circulante financeiro, o ativo circulante líquido equivale aos recursos obtidos por meio de atividades da empresa, bem como investimentos. 

Dessa forma, como na categoria anterior, esta modalidade também pode se dividir entre circulante e não circulante, enquanto o ativo circulante líquido pode ser fácil e rapidamente transformado.

Já o ativo circulante demora um pouco mais de tempo, além de ser direcionado às contas a longo prazo.

O objetivo principal de uma empresa é reunir o maior número de ativos líquidos, especialmente os circulantes, pois assim, há a possibilidade de investir em pouco tempo, em maneiras de expansão do empreendimento capaz de gerar ainda mais lucro. 

Ativo circulante cíclico

Os ativos circulantes cíclicos possuem ligação com o ciclo operacional da empresa, em outras palavras, às atividades rotineiras do negócio, aquelas que sempre se repetem. 

Tendo em vista que os recursos são frequentes, é normal que alguma das contas passe despercebida pela equipe. Mas é importante manter um registro detalhado com todos os dados correspondentes, principalmente porque ele se volta ao pagamento dos passivos cíclicos, de maneira que uma organização efetiva impacta diretamente o funcionário, bem como a rotina do empreendimento. 

Ativo permanente

Conforme mencionado antes, o ativo circulante possui subcategorias que têm o objetivo de auxiliar na organização do setor contábil de uma empresa. 

Contudo, é preciso considerar que também existem modelos de ativos que não se encaixam na categoria de circulantes, motivo pelo qual se apresentam completamente distintos ao conceito inicial. 

No caso do ativo permanente, ele tem o intuito de representar os recursos com maior dificuldade de serem convertidos em dinheiro para a empresa, precisando de um longo prazo para tal. 

No entanto, isso não quer dizer que esses recursos são vistos como prejuízos ou que não promovem nenhum benefício para a empresa. 

Ativo intangível

Este se trata do bem financeiro atribuído a uma empresa sem uma existência física, ou seja, aquele que não pode ser visto. 

Neste sentido, observa-se que um produto online como um software, pode ser caracterizado como um ativo intangível, uma vez que ele não se trata de um produto físico. 

Além do mais, o registro de direitos autorais e licenças de uso, também são fatores vistos como ativos intangíveis, uma vez que geram recursos para a empresa, mesmo que não se tratem de itens visíveis para os clientes.

Duplicatas a receber são ativos circulante ou não circulante?

Ativo circulante e não circulante: entenda a diferença! – Foto: SN MAS

Duplicatas a receber podem ser tanto ativos circulantes como não circulantes, pelo simples fato de que algumas duplicatas são pagas em um período bem menor do que 12 meses e, assim, têm maior liquidez e podem ser consideradas circulantes cíclicos. Aquelas pagas em 12 meses ou mais são, por definição, não circulantes.

Como calcular o ativo circulante?

Ativo circulante e não circulante: entenda a diferença! – Foto: IS MAS

O cálculo do ativo circulante é uma somatória de bens disponíveis de imediato ou a curto prazo dentro da organização, como mostra o exemplo abaixo.

Dinheiro em caixa + dinheiro disponível para resgate em conta corrente + valores que podem ser retirados de aplicações financeiras de curto prazo + depósitos à vista + contas a receber + títulos a receber + provisão de créditos + adiantamento de fornecedores + estoque

Tudo isso representa o ativo circulante de cada empresa. 

Por que calcular o ativo circulante?

Ativo circulante e não circulante: entenda a diferença! – Foto: SN MAS

Entre as razões para o cálculo adequado de ativos circulantes de uma organização, destacam-se a declaração correta do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ); adequação às leis; uma melhor gestão do fluxo de caixa e a execução de balanço patrimonial para análise da saúde financeira da empresa; além de propiciar tomadas de decisão mais assertivas e até mesmo investimentos mais certeiros.

Veja abaixo mais detalhadamente cada um desses pontos mencionados.

1. Para declarar o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ)

O cálculo do IRPJ é feito com base no faturamento da organização e são justamente os ativos circulantes que representam esse faturamento. A partir deles, gestores sabem quais impostos devem pagar.

2. Para adequar a empresa à legislação

Sem o pagamento correto de impostos ( calculados com base nos ativos circulantes ) e sem a declaração de IRPJ feita adequadamente, em paralelo a todos os outros processos financeiros, uma empresa deixa de estar adequada às exigências do governo e pode receber multas ou sofrer punições sérias.

3. Para avaliar a saúde financeira da organização

É a partir dos ativos circulantes e de todos os outros que um gestor consegue avaliar de forma geral como anda a situação financeira do seu negócio. 

Relatórios de fluxo e fechamento de caixa, previsões e outros documentos elaborados pelo departamento financeiro a partir do registro de ativos e de contas a pagar dão aos responsáveis por uma empresa um panorama de como as coisas caminham no presente e uma expectativa do futuro também.

4. Para fazer melhores investimentos

A partir do balanço patrimonial, fica mais fácil até mesmo definir quais serão os próximos investimentos a serem feitos dentro da empresa ou em nome dela. Análises de relatórios gerenciais e acompanhamento da saúde financeira permitem investimentos mais precisos e seguros, com certeza!

Tendo em mãos o seu cálculo de ativos circulantes e providenciando também a métrica de passivos circulantes da sua organização, você conseguirá encontrar o Capital Circulante Líquido (CCL) dos negócios.

CCL = ativo circulante ÷ passivo circulante

Um capital circulante líquido positivo mostra que a empresa honra com compromissos a curto prazo e pode ser ótimo indicativo de que ela tende a crescer. Em contrapartida, o CCL negativo é sinal de preocupação em relação à liquidez do empreendimento.

Em resumo, ativos circulantes precisam superar os passivos circulantes, já que isso mostra que há mais faturamento do que despesas.

FAQ – Ativo circulante e não circulante

O que é um ativo circulante?

É um bem que pode ser convertido em dinheiro em um curto espaço de tempo. Mas dentro do ano fiscal da empresa ( no máximo 12 meses ). E ele recebe este nome justamente por ter maior liquidez – ou seja, pode se transformar em dinheiro em pouco tempo.

O que é um ativo não circulante?

O ativo não circulante é todo o bem ou direito que só podem se transformar em dinheiro no médio ou longo prazo.

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